Sociopatia e Poder
A “sociopatia” (assim como a “psicopatia”) é uma parte essencial desta teoria política, já que ela é a base de toda a dinâmica histórica e social da nossa espécie: ela representa o “Mal personalizado” e se manifesta no desejo irrestrito de Poder, sem as limitações éticas e morais que restringem a maioria dos seres humanos.
Como veremos mais detalhadamente neste tópico, a maioria da humanidade é neurótica e busca eternamente a felicidade, “buscando o prazer e fugindo da dor”, como dizia Freud. Já os psicopatas e sociopatas buscam ativa e constantemente o Poder a qualquer preço, sacrificando a tudo e a todos, inclusive a si mesmos, para atingir o objetivo desejado.
Como nos princípios da tecelagem artesanal, os neuróticos são a “urdidura” e os sociopatas são a “trama” do tecido social humano: A urdidura é o conjunto de fios do mesmo tamanho posicionados longitudinalmente ao longo do tear, ficando numa posição fixa como base para que se estabeleça a criatividade da trama que se delineia entre os fios, caracterizando os desenhos concebidos pelo artesão. A trama é formada pelas linhas dispostas transversalmente que transitam com liberdade e criatividade por entre os fios da urdidura através de uma agulha, formando o tecido de forma simples ou com belas gravuras conforme a criatividade de tecelão.
Assim como é a trama que desenha as paisagens, gravuras, figuras humanas, cenas de paz ou de guerra, tudo é possível quando a trama é lançada perpassando as trilhas da urdidura, assim como os sociopatas vão construindo as suas narrativas, seus mitos e ideologias, envolvendo, seduzindo e conduzindo as tribos, povos e nações para criarem a grande obra idealizada em seus sonhos insanos e projetos de domínio sobre tudo e todos! E seduzidos pelas imagens de beleza e poder, a urdidura se entrega de bom grado aos ditames da trama, se envaidecendo “por fazer parte de tão grande e belo projeto social”, mesmo que isto custe a sua vida ou de seus semelhantes!
Se olharmos para a história humana, esta é a dinâmica de todos os tempos! Ela começa nos pequenos clãs familiares, que se ampliam depois nas tribos, povos e nações, escrevendo milhões de páginas de livros e produzindo imensos rios de sangue e de dor!
A única forma de interrompermos esta dinâmica instintiva e natural de nossa espécie é a tomada de consciência coletiva da urdidura, o seu amadurecimento psíquico e cultural e a sua recusa em fazer parte destes jogos patológicos e destrutivos, que se alimentam das crenças na dualidade do “Bem x Mal” e se identificam com estes discursos gerando o “ódio do bem” e as lutas fratricidas de todos os tempos!
A política do século XXI deverá ser uma prática de inclusão, pacificação e crescimento coletivo e duradouro, para a evolução contínua e permanente da Humanidade!