O Nazismo é de Direita ou de Esquerda? [2]
O Nazismo é de Direita ou de Esquerda? [2]
No texto anterior falamos da crença mundial de que “se Hitler era contra a Extrema Esquerda Marxista, ele só poderia ser da Extrema Direita Nazista”:
Na primeira parte deste estudo mostramos o Hitler falando, repetidamente, que o Nazismo é um Partido Socialista. E também mostramos vários nazistas que criaram o “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães” (NSADP) afirmando que a sua ideologia era Socialista!
Mas também falamos que, além de ser Socialista e visceralmente contra o Marxismo, o Nazismo era contra o Capitalismo Internacional e os judeus e a favor do Nacionalismo e do Racismo ariano alemão!
Como poderíamos encaixar tudo isso no eixo político: Direita x Esquerda?
A primeira coisa que precisamos entender para compreendermos esta situação complexa, é aceitarmos que a polarização política é uma construção cultural como qualquer outra!
Esta polarização começou na Revolução Francesa, com a presença dos Jacobinos no lado esquerdo do Parlamento e os Girondinos no lado direito. Como os Jacobinos eram revolucionários radicais e queriam a morte do Rei e se sentavam à esquerda do Parlamento, ficaram conhecidos como de “Esquerda”. E como os Girondinos eram mais moderados e preferiam manter o Rei vivo em uma Monarquia Parlamentar, ficaram conhecidos como de “Direita”. Mas, se olharmos o conceito desta polarização, tanto os Jacobinos como os Girondinos eram da Esquerda, mas da Extrema Esquerda e do Centro Esquerda. Os verdadeiros membros da Direita, naquela época, eram a Realeza e a Igreja Católica:
Esta posição rígida de “Direita x Esquerda” tem muitos problemas técnicos e teóricos, tendo se desdobrado em outras designações, tais como: “Capitalistas x Socialistas”, “Conservadores x Progressistas”, “Liberais x Trabalhadores”, “Burguesia x Proletariado”, “Republicanos x Democratas”, etc.
E quando aparece um partido como o Nazismo que prega o racismo, o nacionalismo e o socialismo, onde ele poderá se encaixar? A maioria das pessoas encaixa o Socialismo na Esquerda e o Racismo e o Nacionalismo na Direita!
Muitas vezes lemos que partidos que apoiam a xenofobia, o nacionalismo e a homofobia são de Extrema Direita. Mas se o Nazismo era Socialista, como vimos na página anterior, mas também era racista, nacionalista e homofóbico, como resolver esta questão?
Devemos lembrar aqui que o Fascismo também era Socialista! Mussolini escreveu em seu testamento:
“Por isso fui e sou socialista! A acusação de inconsistência não tem fundamento. Minha conduta sempre foi correta no sentido de olhar para a substância das coisas e não para a forma. Eu me adaptei socialmente à realidade. À medida que a evolução da sociedade desmentia muitas das profecias de Marx, o verdadeiro socialismo recuou do possível para o provável. O único socialismo que pode ser implementado socialmente é o corporativismo, ponto de confluência, equilíbrio e justiça de interesses com respeito ao interesse coletivo. …
Quando se escreve que somos a guarda branca da burguesia, afirma-se a mais descarada das mentiras. Defendi e afirmo com plena consciência o progresso dos trabalhadores. Entre as principais causas do colapso do Fascismo coloco a luta surda e implacável de certos grupos industriais e financeiros, que no seu egoísmo louco temiam e odiavam o fascismo como o pior inimigo dos seus interesses desumanos. Devo dizer, por razões de justiça, que o capital italiano, o legítimo, que se apoia na capacidade das suas empresas, sempre compreendeu as necessidades sociais, mesmo quando teve de esticar o pescoço para lidar com novos acordos laborais.”1
A principal diferença entre o Nazismo e o Fascismo, é que este não tinha o mesmo caráter racista daquele, mas valorizava igualmente o Nacionalismo e o Socialismo.
A solução para tudo isso é abrirmos a nossa mente e desconstruirmos a ideia de que só podem existir dois lados políticos e todas as teorias da história têm que se encaixar na Direita ou na Esquerda!
Nos círculos do movimento fascista nascente, no início do século XX, surgiu a teorização de um sistema político, cultural, social e econômico novo, que se chamaria ”Terceira Posição” (Terza Posizione), também conhecida como ”Terceira Via Fascista” (Terza Via Fascista) ou ”Terceira Alternativa” (Terza Alternativa). Observe aqui que o movimento já nasceu para ser uma “alternativa ao Capitalismo e Comunismo” e já se chamava “Terceira Via” ou “Posição Alternativa” desde aquela época!2
Fiz um gráfico para demonstrar todas estas questões e como poderíamos “encaixar” o Nazismo e o Fascismo na polarização Direita x Esquerda, mas no conceito da “Terceira Via Fascista”:
Como o tema aqui é só sobre o Nazismo, vamos aprofundar a questão do racismo ariano pelo Darwinismo Social, assim como do Capitalismo Internacional dos judeus e do Internacionalismo Proletário do Marxismo. Este vai ser um grande desafio! Sugiro que você olhe o gráfico acima e depois de ler todo o texto, retorne à imagem para compreendê-la com mais profundidade!
Para entendermos tudo isso, é essencial termos em mente que os três pilares básicos do Nazismo foram: 1. O ódio aos judeus e o Racismo Ariano; 2. O ódio ao Marxismo Internacional; 3. O ódio ao Capitalismo bancário e internacional controlado pelos judeus.
A maioria das pessoas acha que só existe um tipo de Socialismo, o criado por Karl Marx e Engels, com as questões da “Ditadura do Proletariado”, igualdade econômica, Estado máximo e estatização dos meios de produção, abolição das propriedades privadas e extinção das classes sociais. Este é o chamado “Socialismo Científico”, revolucionário e violento.
Mas as primeiras teorias do Socialismo surgiram no séc. XVIII na França e que foram chamadas por Marx de “Socialismo Utópico”, porque segundo ele, jamais aconteceria. Mais para frente vou falar deste Socialismo utópico e a sua opinião sobre os judeus da época. Seus principais pensadores foram Saint-Simon, Charles Fourier, Louis Blanc e Robert Owen.
Além desses socialismos, existiu ainda o chamado “Socialismo Real”, na URSS de Lênin e Stalin, que foi uma Ditadura com “economia planificada” e o Maoísmo, na China, implantado em 1949 e que ainda sobrevive nos dias atuais. Todos estes socialismos e os que existiram na Alemanha Oriental, no continente africano (Tanzânia, Senegal, Gana, Guiné, Angola, Congo, etc.), Coréia do Norte, Cuba, Vietnã e Afeganistão, entre outros, foram responsáveis por mais de 100 milhões de mortes!
Mas, além de todos estes tipos de Socialismos, existiu um muito importante para esta nossa discussão, que é chamado de “Socialismo Darwinista”, que é baseado na ideia da “competição entre as espécies” e na “evolução das espécies pela luta da sobrevivência do mais forte”.
Esta ideia da “evolução do mais forte” foi bastante usada pelos Liberais do Capitalismo na “luta pela concorrência do livre mercado”, mas também alguns biólogos que eram de tendências socialistas decidiram atrelar um novo tipo de socialismo às concepções social-darwinistas!
E serão estas mesmas concepções social-darwinistas, que darão a justificativa para o racismo nazista e a sua perseguição aos judeus. Veja isso:
“Assim, os biólogos alemães se encontravam em um meio intelectual no qual o pensamento biológico e o social estavam intimamente relacionados. Se os teóricos sociais estavam se apropriando tão zelosamente do Darwinismo para seus próprios propósitos, não deveria parecer estranho que os biólogos entrassem na discussão.
De fato, um pequeno número de biólogos darwinistas no final do século XIX, incluindo o naturalista britânico Alfred Russell Wallace, o co-fundador da teoria da seleção natural, e o botânico suíço Arnold Dodel, eram socialistas. Ao contrário de seus colegas antissocialistas, eles não viam nada na seleção natural que entrasse em conflito com as visões políticas esquerdistas.”3
Obs.: A maior parte destes textos e citações dos autores foi extraída do vídeo “O Socialismo de Adolf Hitler: um estudo aprofundado”, do historiador brasileiro João Eigen, que vem fazendo um trabalho fantástico para elucidar as ideologias Socialistas do Nazismo e do Fascismo.4
Arnold Dodel ficou famoso por ser um dos principais prorrogadores de um tipo de socialismo que se baseava na luta e na competição entre indivíduos da mesma espécie para o melhoramento da coletividade racial da própria espécie. Eis como Richard Weikart, citando uma frase de Dodel explica isso:
“Dodel achava que os humanos nunca poderiam escapar da luta pela existência, nem deveriam tentar. Ele via a competição humana como um estímulo ao progresso e chegou a afirmar que “viver é lutar”. No entanto, ele não acreditava que as atuais instituições sociais e políticas permitissem uma competição irrestrita.
Assim, ele queria ver maior igualdade de oportunidades e condições para que todas as pessoas talentosas pudessem acender e promover o progresso. A luta humana pela existência, na visão de Dodel, não é essencialmente um empreendimento individualista e egoísta. Pelo contrário, a gradual substituição do egoísmo animal pelo altruísmo humano foi vantajosa e trouxe sucesso aos humanos na luta pela existência.
Dodel pensou que essa tendência na história evolutiva dos humanos fornecia uma pista sobre o presente futuro desenvolvimento da humanidade. O altruísmo continuaria a aumentar às custas do egoísmo.
Dodel estava convencido de que o princípio da população malthusiana se aplicava aos humanos e que a luta pela existência era inevitável. Em vez de eliminar a luta pela existência, sua visão era que o socialismo criasse maior igualdade social e econômica para que a luta fosse “justa”, ou seja, baseada no talento e não na riqueza.”5
Como Hitler valorizava tanto o individualismo como o coletivismo, por causa da sua visão do Nazismo como uma Terceira Via, isto causa muita confusão entre os seus opositores: quem é comunista, chama o Nazismo de Extrema Direita e quem é liberal, o chama de Extrema Esquerda!
Mas, lendo os seus textos e discursos, vamos ver que ele era um social darwinista ferrenho e que ele acreditava piamente no princípio da luta das espécies e da luta da sobrevivência do mais forte ao mesmo tempo:
“A política não é e não pode ser outra coisa senão a realização dos interesses vitais de um povo e a realização prática de sua luta pela vida com todos os meios disponíveis. Assim fica bem claro que essa luta pela vida tem seu ponto de partida inicial no próprio povo, e que ao mesmo tempo o povo é o objeto, e o valor em si mesmo, que deve ser preservado.
“Todas as funções deste corpo político devem, em última análise, cumprir apenas um propósito: garantir a preservação deste corpo no futuro.”6
Otto Dietrich (1897-1952) que foi um pré-secretário de imprensa do Hitler por muito tempo e passou muito tempo conversando com o Hitler afirma o seguinte nas suas memórias acerca dessa concepção social darwinista do Hitler:
“Entre as próprias justificativas de Hitler para as suas ações estava a sua filosofia da natureza. Tanto em discursos públicos quanto em conversas privadas, ele se referia repetidamente a essa filosofia, com o objetivo de convencer seus ouvintes de que essa filosofia representava a verdade final sobre a vida.
“Ele tomou princípios como a luta pela existência, a sobrevivência do mais apto e mais forte, pela lei da natureza, e os considerou um “imperativo superior” que também deve reger a vida comunitária dos homens. seguiu-se para ele que o poder estava certo, que seus próprios métodos violentos estavam, portanto, absolutamente de acordo com as leis da natureza.”7
Vemos então que o Socialismo de Hitler era ao mesmo tempo individual, por valorizar a sobrevivência do mais forte, como coletivo, por fortalecer o seu povo e o Estado. O seu famoso ministro da propaganda nazista Joseph Goebbles (1897-1945) escreveu em seu diário que ele foi a uma conferência no qual Hitler fez um discurso que o deixou entusiasmado:
“Hitler está chegando. Problemas discutidos: Questão social. Ele fala por 3 horas. Brilhante. Tudo isso está em sua brochura e no próximo volume 2 de seu [Mein] “Kampf”. Nos damos bem. Nós perguntamos e ele responde brilhantemente. Eu o amo. Questão social. Novos insights. Ele pensou em tudo. Seu ideal: coletivismo misturado com individualismo. Corporações, fundos fiduciários, produção acabada, tráfego etc., socializados. Podemos conversar sobre isso.”8
Estas palavras de Goebbles: “Seu ideal: coletivismo misturado com individualismo. Corporações, fundos fiduciários, produção acabada, tráfego etc., socializados.” Poderiam resumir tudo o que falamos até aqui. Mas, como mesmo assim existirão os intransigentes, vamos continuar a nossa árdua tarefa!
Quero falar agora desta questão Darwinista em relação aos arianos e aos judeus, tema central da ideologia do Nazismo. Disse Hitler:
“Em primeiro lugar, o valor interior de um povo, que passa de geração em geração como herança e genótipo – valor que só sofre alteração quando o portador dessa herança, o próprio povo, muda em termos de sua composição genética.
“É certo que os traços individuais de caráter, as virtudes individuais e os vícios individuais sempre se repetem nos povos enquanto sua natureza interior, sua composição genética, não sofre nenhuma mudança essencial.”9
Hitler acreditava que os genes passavam, além das características biológicas, também os vícios e as virtudes dos seres humanos:
“Outra razão pela qual precisamos entender o papel da ética evolutiva na visão do mundo de Hitler é porque Hitler – como muitos biólogos, antropólogos e eugenistas de sua época – acreditava que características morais, como diligência, parcimônia e honestidade, eram caraterísticas biologicamente inatas.
Assim, o progresso revolucionário não trouxe apenas avanço físico intelectual, mas também produziu aperfeiçoamento moral. Como Hitler considerava raça ariana biologicamente – e moralmente – superior às outras raças, qualquer coisa que promovesse o triunfo dos arianos na luta racial pela existência era moralmente bom e produziria uma ordem mundial mais moral.
O Extermínio de raças inferiores livraria o mundo das características imorais supostamente enraizadas em seu tecido biológico.”10
Aqui adentramos nas origens do genocídio judeu perpetrado por Hitler! Ele acreditava que e evolução dos arianos foi forjada por milênios nas difíceis condições de sobrevivência nos países nórdicos pelo frio extremo e isso produziu uma raça superior biológica e moralmente falando.
Em seu discurso intitulado “Porque somos antissemitas?”, Hitler explica a evolução e diferenciação dos arianos:
“O que significa – trabalho? O trabalho é uma atividade realizada não por vontade própria, mas por causa do próximo. Se houver uma diferença entre o homem e os animais, assim é particularmente no trabalho, que não se não se origina de um instinto, mas vem de uma compreensão de uma necessidade.
Dificilmente uma revolução teve um efeito tão profundo quanto a lenta, que gradualmente transformou o homem preguiçoso dos tempos primitivos no homem que trabalha.
Quando eu disse que esse processo representa uma lenta mas talvez a maior de todas as revoluções na história da humanidade, então deve-se supor que também esta revolução teve que ter uma causa, e esta causa foi a maior Deusa desta Terra, aquela que é capaz de chicotear os homens ao máximo – a Deusa da Dificuldade [natureza/processo de seleção natural].
Podemos ver essa dificuldade no início da pré-história, sobretudo na parte norte do mundo, naqueles enormes desertos de gelo onde apenas a existência mais escassa era possível. Aqui os homens foram forçados a lutar por sua existência, por coisas que estavam, no sorridente Sul, disponíveis sem trabalho e em abundância.
O Norte forçou os homens a continuarem suas atividades – produção de roupas, construção de residências. Primeiro, eram cavernas simples, depois cabanas e casas. Em suma, ele criou um princípio, o princípio do trabalho.
Ao mesmo tempo, outro desenvolvimento se seguiu – a terrível dificuldade tornou-se um meio de reprodução de uma raça. Quem estava fraco ou doente não conseguia sobreviver ao terrível período de inverno e morria prematuramente. O que restou foi uma raça de gigantes fortes e saudáveis. Mais uma característica dessa raça nasceu.
Onde o homem é amordaçado externamente, onde seu raio de ação é limitado, ele começa a se desenvolver internamente. Externamente limitado, internamente ele se torna ilimitado. Quanto mais o homem, devido a forças externas, deve depender de si mesmo, mais profunda vida interna ele desenvolve e mais ele se volta para dentro.
Essas três conquistas: 1) o princípio reconhecido do trabalho como um dever, a necessidade, não apenas por egoísmo, mas para a preservação de todo o grupo de pessoas; 2) a necessidade de saúde corporal e, portanto, também de saúde mental normal; 3) a vida espiritual profunda. Tudo isso deu às raças do Norte a capacidade de ir ao mundo e construir Estados”.11
E ele confirma isso continuando o seu discurso com a seguinte fala, que já associa o Arianismo com o Socialismo:
“A luta contra os duros elementos nórdicos tornou uma ética de trabalho absolutamente necessária para sobrevivência. Assim, ao longo dos tempos os arianos desenvolveram o amor hereditário pelo trabalho, portanto arianismo significa a concepção moral do trabalho e através dela aquilo de que falamos tantas vezes hoje: socialismo, senso de comunidade e bem comum antes dos interesses individuais.”12
E é justamente este foco de Hitler ao dizer que “o socialismo é sinônimo e equivalente ao arianismo” e que “o arianismo é um conjunto dessas características e virtudes que se desenvolveram na biologia da raça ariana como a ética de trabalho pelo trabalho e o sacrifício pela sua comunidade”, que justifica a ideia de que os arianos se desenvolveram para ser uma “raça socialista” e uma nação forte e superior, vindo daí o nome do partido nazista como “Nacional-socialista”!
“Essa vontade abnegada de dar o próprio trabalho e, se necessário, a própria vida pelos outros é mais fortemente desenvolvida no Ariano. O Ariano não é maior em suas qualidades mentais como tal, mas na extensão de sua disposição de colocar todas as suas habilidades a serviço da comunidade.
No Ariano portanto um instinto de autopreservação atingiu a forma mais nobre, já que ele voluntariamente subordina seu próprio ego a vida da comunidade e, se a hora exigir até o sacrifica.”13
E é aqui que o “socialismo ariano” de Hitler se diferencia do “socialismo científico” de Marx e Engels: este é baseado na “luta das classes burguesa e proletariado” e aquele é fundamentado na “luta da raça ariana” por sua superioridade biológica e moral e na necessidade de extinguir os judeus que controlavam o marxismo, o capitalismo internacional e o internacionalismo operário. O Nacional-socialismo quer uma nação/pátria forte e unificada e o socialismo internacional quer o mundo todo controlado pelo Estado proletário!
Vimos até aqui que Hitler era social darwinista e acreditava na luta pelos recursos e na evolução das espécies, na sobrevivência do mais apto e mais forte como leis da natureza que também deveriam reger a sociedade e a vida social entre os indivíduos. E essa acepção de Hitler de que a sociedade deveria ser reestruturada para se adequar às leis da natureza é um ponto essencial do Nazismo.
Eis como o historiador Richard Weikart coloca essa concepção da superioridade natural do ariano na mente de Adolf Hitler:
“Na visão de Hitler, então, a raça ariana era a raça mais avançada, principalmente porque era mais altruísta. Os verdadeiros arianos sacrificaram seus próprios interesses pelos interesses dos outros – pelo menos se os outros fossem companheiros arianos.
Eles tinham uma inclinação instintiva para seguir o lema nazista, “Bem comum antes dos interesses individuais”. Esse espírito de autossacrifício e preocupação com a comunidade refletia o “senso moral e ético da raça alemã”, de acordo com o Programa Nazista de Vinte e Cinco Pontos.”14
Nós já vimos no texto anterior que os 25 Pontos colocam os arianos no topo da sociedade e o socialismo como a evolução natural de uma nação desenvolvida biologicamente para o Nacional-Socialismo.
E agora vamos olhar no próximo texto para a questão central do Nazismo: o Antissemitismo!
Fontes:
- https://www.mussolinibenito.net/il-testamento-di-mussolini/
- https://mesaismo.com.br/index.php/teste/o-fascismo-como-terceira-via/
- Richard Weikart. Socialist Darwinism. Evolution in German socialist thought from Marx to Bernstein. San Francisco, International Scholars Publications, 1998; P104-105
- O Socialismo de Adolf Hitler: um estudo aprofundado. João Eigen, em: https://www.youtube.com/watch?v=l4gqkOpPPqU&t=1661s.
- Richard Weikart. Socialist Darwinism. Evolution in German socialist thought from Marx to Bernstein. San Francisco, International Scholars Publications, 1998; p.124
- Adolf Hitler. Reden. Schriften. Anordnungen. Februar 1925 bis Januar 1933. Band IV. Von der Reichstagswahl bis zur Reichspräsidentenwahl Oktober 1930 – März 1932. München, K. G. Saur, 1996; p76-77
- Otto Dietrich. The Hitler I knew. Memoirs of the Third Reich’s press chief. Skyhorse Publishing Inc., 2010; p 18-19
- Joseph Goebbels. Tagebücher, Band 1, Einführung 1924-1929. Müncher, Piper Verlag, 1999; p 240-241
- Adolf Hitler. Reden. Schriften. Anordnungen. Februar 1925 bis Januar 1933. Band IV. Von der Reichstagswahl bis zur Reichspräsidentenwahl Juli 1926 – Mai 1928. München, K. G. Saur, 1992; p 76-77
- Richard Weikart. Hitler’s ethic. The Nazi pursuit of evolutionary progress. Palgrave MacMillan, 2009; P. 16
- Adolf Hitler . “Warum sind wir Antisemitem?, em Hitler: Sämtliche Aufzeichnungen, 1905-1924. Stuttgart, Deutsche Verlags-Anstalt, 1980;. 184-185.
- Adolf Hitler . “Warum sind wir Antisemitem?, em Hitler: Sämtliche Aufzeichnungen, 1905-1924. Stuttgart, Deutsche Verlags-Anstalt, 1980;. P190
- Adolf Hitler. Mein Kampf. Zwei Bände in einem Band Ungekürzte Ausgabe. München, Zentralverlag der NSDAP, 1943; p 325-326
- Richard Weikart. Hitler’s ethic. The Nazi pursuit of evolutionary progress. Palgrave MacMillan, 2009; p. 92